CPM Braxis investe em tecnologia em prol da sustentabilidade
Com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, em fevereiro de 2005, a discussão em torno da responsabilidade ambiental e do desenvolvimento sustentável se tornou freqüente. A CPM Braxis, no papel de maior empresa brasileira de serviços de TI, oferece, em parceria com a SAP, um conceito de gerenciamento totalmente atrelado à sustentabilidade e, em conformidade com o discurso e a iniciativa que as corporações precisam cumprir. Neste cenário, engana-se quem pensa que a tecnologia não pode influenciar na preservação do meio ambiente e no equilíbrio dos indicadores sociais e econômicos. O Green 2.0 é a principal oferta da CPM Braxis para as companhias que já inseriram a sustentabilidade em seus objetivos de negócios. De acordo com o consultor MM/WM da CPM Braxis Emanuel Fernandes Queiroz, o software é um extrator que sumariza os indicadores ambientais, sociais e econômicos de maneira gráfica, como uma espécie de balance scorecard. Com isso, as empresas conseguem visualizar toda a cadeia produtiva com um olhar crítico sobre os pontos que formam o tripé da sustentabilidade empresarial: o aspecto social, econômico e ambiental.
Essa metodologia pode oferecer uma série de benefícios, como a valorização das ações do empreendimento por meio do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) - determinado pela Bovespa para definir subsídios para as empresas que estão de acordo com a meta estipulada. O índice foi criado para se tornar marca de referência para o investimento socialmente responsável e também para ser indutor de boas práticas no meio empresarial brasileiro.
Além disso, mais três pontos vantajosos foram destacados por Queiroz. O primeiro deles se refere ao fato de que os indicadores dados pelo software podem ser utilizados em favor do marketing e da educação ambiental.
Em segundo lugar, as empresas conseguem reduzir os custos de auditorias ambientais. “A própria ferramenta já oferece as informações necessárias e fornece um histórico do comportamento da empresa. Essas auditorias são essenciais, por exemplo, na exportação de produtos para a União Européia, região que exige a comprovação de que a empresa com a qual comercializa é sustentável”, diz.
Por fim, o terceiro ponto e, na opinião de Queiroz, principal benefício, é a melhoria dos ecossistemas industriais com a troca de co-produtos entre as empresas, ou seja, o que é descartado por uma pode ser reaproveitado por outra. Neste caso, os executivos podem identificar o que suas empresas estão jogando fora e criar uma política de reaproveitamento dos resíduos ou mesmo se organizar para aproveitar a tendência de comercialização de créditos de carbono.
Outro exemplo dado pelo consultor da CPM Braxis está na indústria de eletroeletrônicos, especificamente na produção de computadores. “O alumínio que ela utiliza precisa ter alto grau de pureza. Neste caso, o sistema pode evidenciar oportunidades para que a empresa repasse o que descarta e compre o que precisa”, diz.
Para o consultor, este tipo de situação sugere um esforço para aumentar a formação de ecossistemas industriais neste setor. Ecossistema de comercialização de co-produtos
Em 2003, o consultor da CPM Braxis estudou o conceito de troca de co-produtos apoiado em ferramentas de TI. Foi o tema do mestrado de Queiroz apresentado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e subsidiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Nós desenvolvemos isso com foco na indústria de eletroeletrônicos. O governo investiu porque o setor tem um upgrade muito rápido e porque o número de elementos descartados é muito grande e geralmente são metais pesados altamente tóxicos”, conta.
Hoje, a idéia do consultor é criar um banco de dados em que empresas de diversos setores que utilizem o ERP da SAP e os módulos voltados para sustentabilidade possam comercializar produtos que seriam jogados fora. “Toda essa informação pode ser disponibilizada pela plataforma SAP Net Weaver, que listaria quais empresas têm os produtos necessários para outra companhia”, diz.
Ele conta que é possível usar diversos módulos da plataforma SAP para melhorar a análise dos recursos e fazer uma gestão ambiental eficiente. “Com o Logistic Information System, podemos fazer a avaliação dos ganhos. Por exemplo: uma empresa precisa comprar alumínio e o preço de mercado é de R$ 10,00 o quilo, porém, uma outra companhia está descartando o material, e paga R$ 1,00 por quilo para se desfazer do produto de forma ecologicamente correta. No entanto, caso a empresa que descarta o material, o venda por R$ 2,00 o quilo, ela passa a ter um lucro, ao invés de uma despesa”, explica.
Além de oferecer essa possibilidade de comercialização, o sistema analisa também o custo do transporte envolvido, para checar se a compra do produto descartado vai ser realmente mais barata e verifica a emissão de gás carbônico que esse transporte vai produzir. “Não adianta ser somente economicamente viável; precisa também ser ecologicamente correto”, ressalta.
O consultor diz que é possível fazer diversas customizações desse tipo no SAP, uma vez que a própria fabricante também desenvolve novas ferramentas que atendem a nova demanda verde do mercado. De qualquer forma, ainda é preciso trabalhar as ofertas porque, conforme Queiroz,as companhias não conhecem as diversas possibilidades de ganhos que podem ter com o uso de tecnologias como as citadas acima.
|